quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Atrevido


Não posso nem sair para lugar algum que lá está ele,
Vem e começa tocar minha face me deixando naquele estado,
Depois toca meus lábios sem pedir permissão se pode,
Ai começa deixando meu nariz gelado,
Meus lábios secos,
Minhas pernas bambas.
Quase sempre é assim,
Vem ele com sua ousadia,
E suas intenções,
Dependendo do seu humor me faz trocar até de roupa,
Menino ciumento, como pode?
Mas eu gosto, faço o que me pede sem pestanejar ,
Vem e começa beijar minha boca com sua língua fria,
Mesmo eu não querendo.
Parece até um vampiro desejando sua presa,
Mas as vezes é essencial, pois imploro por ele nos dias que estou quente.
Em cada canto é a mesma coisa, 
Vem levantando meus vestidos como se eu pudesse me entregar ali,
Seja andando num parque, na praia ou indo para o trabalho,
Não se contenta por eu não dar espaço,
Vem e toca minha perna, meus braços e minhas mãos.
Depois começa me acariciando até chegar nos meus peitos,
Sopra o seu frescor entre meu decote e me deixa apaixonada,
Não fala absolutamente nada,
Apenas sussurra em meu ouvido o seu gemido,
Tenho vergonha das pessoas quando ele está por perto,
Quase não se controla e vem atrás de mim quando estou andando,
É um galante ainda assim,
Não me deixa sozinha nunca,
Anda ao meu lado, na minha frente e atrás de mim,
Eu nem digo nada, apenas entendo que sou vulnerável a ele,
E me entrego com paixão.
Está por todo canto,
Nas ondas,
Nas matas,
Dentro das casas,
Nas praças,
Nas avenidas,
Em mim,
Até no céu,
Parece um deus,
É lindo esse menino, o vento, rapaz atrevido.



Texto Atrevido
De Diógenes Ramos (Didikayan)

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