segunda-feira, 24 de maio de 2010

No espelho


As vezes olhando-me no espelho
Procuro algo...
um rosto, uma caracteristica de quem eu já fui,
Tudo o que vejo são as marcas do tempo
o fim de uma adolescência
e o começo de uma outra fase
Já passou a fase das tolas brincadeiras
e também do riso fácil
Tudo o que encontro são traços fortes
De alguém que já ganhou,
Mas que também já perdeu
Amigos, parentes e amores
No fundo dos olhos
Já não está mais a doçura de outrora
Agora pode-se ver a firmeza e a dureza
de um coração que já foi partido,
e que já sentiu o gosto da desilusão.
Mas só quem conhece bem esses olhos
sempre encontra um algo mais
quem a viu passar por tudo
sabe que no fundo
e que bem dentro de toda armadura
há uma criança sapeca
que se diverte, rindo de suas lições
E que ao me lembrar disso
Vejo-me ainda com aquele velho vestidinho
Com duas tranças bem feitas
Onde enxuga suas lágrimas
Levantando-se do chão, limpado-se
Para como toda criança
Novamente correr, brincar e sorrir.

MeTaMoRfOsE... A mudança.


A lagarta é um inseto tão frágil, mas com uma história tão bela.
Hoje me fiz essa comparação.
É tão doloroso quando se tem que mudar algo em nossa vida.
Principalmente quando isso nos dói.
E a comparação que fiz com esse bichinho tão frágil, pode-se aplicar em muitos casos que vivemos.
Para a lagarta se tornar borboleta, ela precisa antes de mais nada, renunciar quem ela é.
E porque renunciar é tão complicado?
A renuncia é complicada porque tudo o que se tem de renunciar é algo que já não conseguimos viver sem, pois nos apegamos tanto a coisas tão insignificantes que não damos conta do mal que nos faz.
Renuncia significa deixar tudo aquilo que você gosta de lado por algo desconhecido.
Quando ainda é uma simples larva dentro de um ovo, ela precisa esperar a ocasião e o tempo certo para sair dali, larva que não espera o tempo certo é uma larva suícida. Pois tudo acontece no tempo certo, nada antes e nada depois, tudo na sua devida hora.
Como nós seres humanos somos tão egocêntricos e queremos tudo do nosso jeito.
A metamorfose desse pequeno inseto é trabalhosa, ela que sempre se comportou como um ser livre, que rasteja à procura de comida para se manter viva, isso sem mencionar o fato de que cada lagarta quanto mais come e engorda mais sofre para deixar a pele velha e nascer uma outra, porém se isso não acontecer ela morre antes mesmo de se tornar uma bela borboleta.
Mas será mesmo que esse pequeno inseto que rasteja quer se tornar uma linda borboleta, já que essa transformação é tão dolorosa?
Na verdade é necessário para que outras lagartas nasçam e se tornem borboletas.
Esse bichinho vive aproximadamente um ano e quando se torna borboleta vive somente duas ou três semanas no máximo. E isso ainda é para ser levado a serio?
Sim! milhões de sim eu diria, pois são as três semanas mais felizes de sua vida, primeiro porque uma pequena folha que demorava horas para ser consumida, quando lagarta, leva apenas minutos quando se metamorfoseiam, segundo porque olhar o mundo e as árvores com outros olhos e outra visão é totalemente maravilhoso e terceiro porque eles já não rastejam mais, eles são livres para voar onde bem quiserem.
Se o ser humano soubesse que algumas mudanças de atitudes serve para o nosso bem, todos iriam querer ser como as lagartas que se desprenderam de seus corpos rastejantes para se tornarem livres.
Mas o que fazemos é simplesmente deixar que esse nosso "eu" continue a existir dentro de cada um, sem nem mesmo importamos com o mal que estamos causando dentro de nós.
A metamorfose mesmo que venha doer para a pequena e frágil lagartinha é um sonho de ter todas as flores ao seu alcance.
Ai de mim poder ver o mundo com os olhos de uma borboleta.
E ser livre!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cada dia...


Cada dia um leão para derrubarmos,
Cada dia um aprendizado diferente.
Quem falou que para aprender algo temos que quebrar a cara?
Não sei quem ditou isso, mas posso assegurar que na maioria das vezes é assim que funciona.
Porque o ser humano é tão excêntrico?
Porque todos só vêem o seu próprio umbigo como a coisa mais valiosa?
E porque o ser humano acha que sua verdade infudada,
Ou até mesmo com fundamento é a coisa mais importante?
E quando chegam alguma conclusão descobre que quem sempre teve razão era o seu avô que sempre dizia: _ Não faz assim isso pode ser errado.
E você sempre respondia: _ pode deixar vô, da minha vida cuido eu.
E no final de tudo isso você acaba descobrindo que a vida é mesmo como a flor do campo,
Tem sua beleza mais pura, mas quando murcha perde o seu encanto.
E o homem quando morre perde a sua glória.
Mas para quê? Porque tanto orgulho?
Porque não parámos para olhar o nosso interior e ver que dentro de cada ser humano existe algo puro como a flor do campo?
Hoje eu entendo que o meu orgulho não serve para nada de bom.
Hoje eu entendo que o meu orgulho pode me matar.
Por isso eu renuncio a mim, mil vezes se preciso só para dizer que por você eu renunciaria até a minha própria vida.
E renunciei, mas o seu orgulho ainda é cego.
E a flor do campo continua bela e nem mesmo Salomão com toda glória se vestiu mais belo que ela.
Um dia eu irei te mostar este texto e nesse dia eu posso não voltar mais.

Eu andei...

Livros - Diógenes Ramos

  • Cicatrizes - Toda Forma de Amor
  • No Meu Céu
  • O Violinista
  • O Bailarino