segunda-feira, 24 de maio de 2010

No espelho


As vezes olhando-me no espelho
Procuro algo...
um rosto, uma caracteristica de quem eu já fui,
Tudo o que vejo são as marcas do tempo
o fim de uma adolescência
e o começo de uma outra fase
Já passou a fase das tolas brincadeiras
e também do riso fácil
Tudo o que encontro são traços fortes
De alguém que já ganhou,
Mas que também já perdeu
Amigos, parentes e amores
No fundo dos olhos
Já não está mais a doçura de outrora
Agora pode-se ver a firmeza e a dureza
de um coração que já foi partido,
e que já sentiu o gosto da desilusão.
Mas só quem conhece bem esses olhos
sempre encontra um algo mais
quem a viu passar por tudo
sabe que no fundo
e que bem dentro de toda armadura
há uma criança sapeca
que se diverte, rindo de suas lições
E que ao me lembrar disso
Vejo-me ainda com aquele velho vestidinho
Com duas tranças bem feitas
Onde enxuga suas lágrimas
Levantando-se do chão, limpado-se
Para como toda criança
Novamente correr, brincar e sorrir.

Um comentário:

Nair Santana disse...

Olha.....
Pra novamente correr e brincar não foi não...
Mas muitas vezes me levantei...
E levantei, cai de novo e levantei novamente, levei tapas e levantei, levei rasteiras e levantei e hoje posso dizer assim.....

Tudo valeu a pena.....

Porque aprendi com estes tombos todos....

Maravilhoso texto, parabéns.....

Livros - Diógenes Ramos

  • Cicatrizes - Toda Forma de Amor
  • No Meu Céu
  • O Violinista
  • O Bailarino