domingo, 11 de janeiro de 2009

Na sala escura...


Na sala escura a música toca
Na sala escura eu me descubro
Conheço-me por trás e por diante
E no vazio da sala escura
E no meu escuro vazio
Vou percebendo como o ser humano é frágil
Como eu sou frágil
E como estou propenso a isso
A música me embala ao meu interior
Sim! Ela me leva as dimensões jamais visitadas outrora dentro de mim
E eu me permito
Permito-me visitar cada espaço do meu eu interior
Em alguns desses espaços eu me reconheço
Percebo o quanto sou bom,
Mas existem espaços que eu não tenho coragem de entrar
É frio
É diferente
É escuro
E isso me deixa bastante triste, pois esses espaços são brechas dentro de mim.
Espaços que ainda não conseguir entrar, mas que insistem em permanecer ali.
Transporto-me para a sala que o meu físico está
Mas ainda não voltei por completo, pois algo ficou preso naquelas salas,
Escuto a música a tocar,
Porém agora bem ao longe, todavia ela ainda me embala para dentro do meu ser.
Quando percebo, estou entrando em umas das salas que tive medo;
Eu superei o meu medo!
Não consigo enxergar nessa sala, mas quando toco a parede percebo o quão frio está esse lugar.
A música ainda toca, não consigo saber se está de fato tocando ou se somente na minha cabeça.
O que descobri é que dentro de mim existem várias salas e que em algumas delas eu saberei o que se passa, mas em outras foram feitas para não serem visitadas e permanecerem fria, diferente e escura.
Na sala escura a música pára e na minha sala eu já não estou.
Me volto...


Livros - Diógenes Ramos

  • Cicatrizes - Toda Forma de Amor
  • No Meu Céu
  • O Violinista
  • O Bailarino