segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Companheiro assim nunca vi.


Quando eu pedia, você pedia também.
Quando eu gritava, soava o eco do seu grito
Quando me balançava, você caia
Quando eu chorava, o seu lenço ensopava
Me pediu para acompanhar-me, eu disse sim!
Fomos a um bar.
Eu bebia, você se embriagava
Pedi para voltar, você disse não!
Quis ficar.
Te beijei.
Quando eu te beijava, você me beijava também
Quando sentia, você sentia também
Isso me chateava, sim ou não?
Não!
Sai dali, você saiu também
Pedi para voltar, você quis estar ali o tempo todo
Por mim, tudo bem.
Te disse que a noite só estava começando pra mim
O que me respondeu foi:
Pra mim também.
Fomos a um restaurante, você e eu
Eu pedi algo, ele disse o mesmo pra mim
Eu disse que tinha pimenta, ele disse dobra pra mim
Companheiro assim nunca vi
Voltei pra casa.
Chegando no meu portão bateu a melancolia
Era metade em mim e metade nele também
Perguntei porque só metade
Ele disse que uma parte nele estava nostálgico
E a outra parte era em mim
Entendi
Nunca a metade foi tão inteira
Uma parte em cada um
Eu ri
Companheiro assim nunca vi.
Dormimos
Quando dormia, você descansava
No outro dia ele acordou
Eu acordei também.
Foi companheiro
A outra metade era eu que era.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A bola habitacional


Vivemos em uma bola que gira
E temos a mesma fragilidade de um cristal
Quando quebrado perde o seu valor estimável.
O mundo é o habitat do ser humano.
E esse mesmo habitat vem sido corrompido com a velocidade em que gira
E o que podemos fazer para quer esta situação acabe e não traga mais danos para nós mesmos?
Não se pode mudar as decisões que foram tomadas pelos nossos ancestrais, pois em cada destruição vemos os traços dos que nos precederam.
E o que é pior, vemos nós mesmos quando olhamos pra trás,
Vemos as nossas faces neles.
Mas então quem destruiu foram nós mesmos?
A resposta é simples, regada ao conselho do meu pai, do meu avô e dos justos que antecederam:
Sim, ou melhor, sim também.
Uma pequena borboleta com o seu vôo pode causar um tufão do outro lado do mundo e as escolhas que foram feitas nos tempos de outrora comprometeu toda essa geração que vive para consertar os erros dos outros e muitas vezes os seus próprios nessa bola de mundo.

Livros - Diógenes Ramos

  • Cicatrizes - Toda Forma de Amor
  • No Meu Céu
  • O Violinista
  • O Bailarino