segunda-feira, 1 de abril de 2013

Vagalumes


A luz da varanda estava apagada, exceto pelos vagalumes que iluminavam lá fora, e pela primeira vez, penso em nós dois juntos para sempre. Nunca havia pensado nisso com tamanha intensidade e tinha muito medo quando alguém dizia amar alguém para todo o sempre, mas eu sempre soube o que queria para mim, e morreria lutando por essa causa.
Da sacada escura fico observando você perambulando pela cozinha e imagino que nascemos um para o outro, talvez tenhamos nos encontrado em outras vidas e nem pudemos viver esse amor, talvez tenha acontecido coisas e o tempo afastou nós dois, porém agora tudo é diferente e me sinto como um poeta, mesmo não sendo e ciente que estou longe disso acontecer. Apenas compreendi o que eles sentem quando escrevem aquelas sentimentalidades.
Você como sempre estava lindo quando andava com seu roupão velho, fiquei ali em silêncio e percebi que me procurava, mas eu quis que não me visse, pois queria mesmo olhar você ontem a noite. Olhar seu andar, suas curvas, seus olhos e ver sua alma em cada gesto seu.
Agora estamos velhos, com a pele gasta desses treze anos que passamos juntos, mas sou grato por cada segundo em que esteve em minha vida, pois hoje compreendo o que é o amor.
Poderia pegar todos esses vagalumes que estão lá fora e fazer um novo céu, com um brilho diferente só para te ver sorrir. Inventar novas cores, criar novos planetas, mas também descobri que essas coisas são impossíveis, porém quando acordo do seu lado eu penso todos os dias que ganhei o dia, pois com você meu mundo tem luz própria.



Texto: Vagalumes
De: Diógenes Ramos


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