terça-feira, 26 de março de 2013

O AntagônicO


Quando queriam mais de mim, menos tinham;
Quando pediam, nada recebiam;
Onde queriam luz, escuridão;
Onde queriam paz, a guerra eu era;
Onde pediam a lua, o sol brilhava.

Quanto ao romance, era um namorador;
Se queriam ir a Londres, Nova York;
Se pediam castidade, prostituição;
Se cobravam o sim, dava talvez;
Onde queriam o não, sim me tornava;
Quando pediam amor, ódio virei.


Onde queriam espíritos, eu era carne;
Onde pediam amor, me excitava;
Preferiam o livre, eu a prisão;
Adoravam a Deus, eu o Diabo;
Ao que era fiel, eu preferia promiscuidade;
Quanto ao certo, eu era errado.


Onde queriam sabedoria, eu era a burrice;
Quando pediam um santo, eu era anjo;
Quanto ao prazer, preferia a dor;
Se queriam o herói, era vilão;
Se queriam um homem, era mulher.
Na claridade, o apagão.




Texto: O AntagônicO
De: Diógenes Ramos

Nenhum comentário:

Livros - Diógenes Ramos

  • Cicatrizes - Toda Forma de Amor
  • No Meu Céu
  • O Violinista
  • O Bailarino