quarta-feira, 23 de abril de 2008

Em minutos...


Doei-me uma única vez para um amor
É estranho, mas ela sabia tocar-me como eu mesmo me toco.
Sabia ser mulher e homem,
Ela era fêmea e macho.
A sua boca quando me beijava tinha sabor,
Sabor que eu nunca experimentei outrora
Por isso adoraria experimentá-la novamente
E ali, no meio do nada,
Onde só o que importava era
Você e eu.
Os nossos corpos se uniram
Fundiram em uma única alma
E eu não quero perder
Esse pedaço de você em mim.
Quando a penetrava, senti sua alma em mim.
Pareceu-me um pouco confusa em seus pensamentos,
Mas, contudo, daria minha vida para tê-la em meus braços,
Em minhas pernas
No meu ventre
Na minha boca...
Em minutos não tivemos medo de nada
Deixei de ser eu mesmo,
Já não escutava, já não via, apenas sentia...
Era como se saíssemos de nossos corpos
E chegássemos ao paraíso,
Onde eu também me tornava:
Homem e mulher.
Não me recordo por quanto tempo durou,
Mas era como se nada existisse,
Onde o nome,
O tempo,
E o espaço se tornasse apenas ela e eu
A saudade agora me corta a alma
Não sei, e talvez não saiba nunca,
O porquê de tanta distância entre nós,
Mas queria um momento de te fazer feliz
Fazer-me feliz.
Não quero acreditar
Que tudo o que vivemos em aproximadamente 11 minutos
Tenha acabado dessa forma
Queria somente ver-te
E dizer-te que hoje eu te quero
Como sempre te quis...
Desde o dia em que nossas almas se cruzaram
E os nossos corpos quiseram viver o encontro de duas partes em uma
Em um mundo de conquistas e perdas
Onde tudo passa em minutos...

Texto de Diògenes Ramos (didikayan)



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