A arte de ser poeta...

Posso perder algumas coisas na vida
Perder amores que acreditava que seria pra sempre
Perder oportunidades que não voltam mais
Perder o interesse por jogos, por guerras, por política (que isso nunca aconteça) risos!
Perder a fé em algumas orações que não foram atendidas
Perder a saudade querida,
Mas por favor, não me deixe perder a arte de dissertar.
Porque por mais que se perca essas coisas na vida
É necessário ter paixão para alguma coisa que se acredita
E paixão quando bem aproveitada
É paixão pra vida toda
Com a pena escrevemos amor e ódio
Com a pena escrevemos Deus e diabo
Com a pena se escreve feio e bonito
O poeta sonha
O poeta vive todos os encantos da bela leitura, da bela escrita.
Em sua mesa de escrever ele se apaixona sem estar apaixonado
Ele se encanta com o mundo imaginário
O mundo de fantasias e fadas,
De mistérios e de arte
De lobos e princesas
De sedução e narcisismo
E lá no seu mundo imaginário só existe sofrimento fictício
Não existe sofrimento real,
Pois a realidade às vezes machuca
E dessa realidade as pessoas estão fartas,
Pois as clinicas de relaxamento estão lotadas,
Os remédios antidepressivos estão a cada dia crescendo seu comércio nos mercados
E então a pergunta que não se cala:
Em qual mundo devemos escolher para morar?
Para viver?
Para sonhar?
E a minha resposta é simples como o poeta:
O poeta não vive somente em seu mundo de fantasias,
Porque mesmo as fantasias mais emocionantes
Precisam de um pouco de verdade
A verdade que só é encontrada
Na própria vida
Mas em qual vida? Na real ou na imaginária?
E eu repito simplesmente:
Na vida e nada mais...

Texto: A arte de se poeta,

De: Diógenes Ramos (Didikayan)