quarta-feira, 25 de maio de 2016

O Menino Cego


O menino não via,
Mas também era cego, como iria ver?
Nasceu cego o pequeno menino,
Não sabia o que era dia ou noite.
O que ele via era despercebido aos nossos olhos,
E enxergava melhor que cada um de nós.
Mas mesmo com essa paulada da vida,
O menino nos fascinava.
Não via rosto,
Não via cor,
Não via diferenças.
O que via era apenas a luz que emanava de cada um.
Ele os reconheciam pela voz,
Pelo tato,
Pelo trato.
O menino era uma lenda viva.
Sem olhos?
Sim! É verdade, ele não enxergava.
Mas quem precisaria de olhos com tanto talento?
Tanta exuberância?
Lentamente fluía em meio a multidões,
E se encontrava entre todos.
Entrava e saía de graça em qualquer lugar.
Cantava, dançava e via a perfeição em tudo.
O menino cego tinha uma claridade nele mesmo,
Ele tinha luz própria.


Texto: O Menino Cego
De: Diógenes Ramos
Foto: https://pixabay.com

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