quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Demônios, deuses e homens.

As vezes tenho me sentido assim,
Metade demônio, metade deus, metade nada.
Porque é o que os humanos são perto de seres espirituais,
Nada no meio dessa loucura,
As vezes vestimos roupas de deuses e se não tivermos cuidado, Não voltamos ao posto de mortais e ficamos no impasse de julgar quem nos dá vontade.
As vezes sinto-me demônio, sem dó e piedade tento manipular e usar também quem tenho vontade.
E as vezes um reles mortal que nada presto.
Quem sou eu?
Essa é a pergunta que tento todos os dias evitar responder,
Não insistam!
Eu não tenho resposta, porra.
-Desculpa meus maus modos, como falei, é a parte homem querendo mostrar suas garras.
Todos os dias tenho visto uma luta em mim,
Luta essa onde ninguém sai vencedor,
Mas me mutila,
Me corrói,
Me mata.
Eu que sou o dono desse corpo, não palpito, não intrometo na decisão desses viventes que aqui bem dentro habitam,
Me calo.
Mas devo admitir que nem eles mesmos sabem quando é a vez de cada um, pois ora demônio, ora deus, ora homem se fundem em um único dentro de mim.
Se fico mais forte?
Não, não fico!
Fico indeciso, fico fraco, vil, nada.
Só queria que ambos se decidissem, ou saíssem, ou que ao menos me deixasse pensar sozinho, Por minha própria conta,
Mas talvez isso nunca aconteça, talvez eu não seja o único no mundo que tem esses transtornos, Se sou bipolar?
- Você é idiota?
- Desculpa-me mais uma vez meus maus modos humanos, sou só garganta, não sou violento e não posso definir como bipolaridade um ser que ora são três em um, ora um em três, ora são todos.
Mas até chegarem a uma decisão,
Estou batendo perna no mundo,
Sou sua alma gêmea, sou sua filha única sem metade,
Sou o canto destemido dos pássaros, sou o uivo do leão preso.
Eu sou tão perfeito, porque sou igual a todo mundo,
Eu sou imperfeito porque não sou parecido com ninguém.
Calem-se todos vocês dentro de mim, pois já sei quem manda aqui.
Eu, o demônio, e o deus.
Somente comportem-se, e ao me verem andando por ai,
Deixe ao menos fazer isso com minhas próprias pernas.
Engano de cada um dos três acharem quem manda.
Vou tentando ao máximo conviver com todos e comigo mesmo.
Só sei que cada um tem aquilo que merece.
Cedo ou tarde um dos três se revela mais forte.
Eu sou o mal, o bem,
Eu sou o tudo e o nada,
Eu demônio,
Eu deus,
Ou nada.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que dizer se praticamente somos todos assim....
Um pouco de cada, 3 em um, ou as veses 3 em nada....

Beijos....

Naná

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