Quem disse que mãe preta não pode ter filho loiro?
Minha segunda mãe é assim,
Mulher forte e destemida,
Que nas suas orações tem a audácia de xingar a Deus,
Xingar seus Erês,
Repreender até o Exu e expulsá-lo de sua casa,
Com direito até de ouvir:
-Sou eu moça, calma!
Mas mesmo assim tem seus pedidos atendidos,
E não a imite porque pode ser que não tenha o mesmo resultado,
Isso é para poucos,
Que por mais ousadia ainda faz aniversário um dia depois do meu,
Só me pergunto o que fomos em outras vidas para tal união,
Minha segunda mãe é assim,
Quando começo a comer alguma coisa ela participa,
E quando não quer eu faço querer,
Venceu como poucos venceriam,
E quando pensavam que iria ficar na lama não é que ela achava raízes para subir,
Quando essa preta começa contar suas aventuras,
Seu olhos brilham,
Seu coração palpita e a intuição de quem conversa direto com Deus sai naturalmente,
Sofreu também,
Mas suas vitórias são ainda maiores,
Quando a minha preta começa tratar de nós que somos filhos,
É de se admirar,
Ela manda buscar de onde tiver e te dar o que for preciso,
Toda minucia que usa na simplicidade,
É de uma beleza e ternura imensa,
Ciumenta também!! Puta que pariu!
Mais por zelo do que qualquer outra coisa nessa vida,
Mas também uma coruja como é tem mesmo que sentir ciumes,
Mulher que onde toca prospera,
Briguenta também,
Toma minhas dores como se delas fosse,
Se nunca falei, então me expresso aqui o que sinto por você,
Te amo!
Essa preta que eu gosto é transcendental.
Parabéns!! E obrigado por existir.
Texto: Nair, minha mãe preta,
De: Diógenes Ramos (Didikayan)
2 comentários:
Ai..... ai.....
Não me canso de ler e reler, ler de novo.....
Como e bom ter alguém que te bate o olho e te descre como se estivesse uma vida inteira ao seu ladooooo.....
Obrigada, mais uma vez......
Obrigado vc por fazer parte dessa minha nada mole vida...
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