Era tarde,
Já se
passava de tantas da noite,
Estava
no meu quarto a pensar.
Me sentia
inquieto dentro de mim.
E havia
um peso de algo a mais no meu quarto.
E eis
que naquele silêncio melancólico,
No momento
em que as estrelas somente brilhavam,
Uma sombra
entrou no meu quarto,
Veio
vindo como quem não queria nada,
Pousou uma taça de vinho no criado mudo.
Me tocou,
Me olhou
no mais profundo do meu ser,
Me beijou
na face,
E novamente
me olhou.
Depois
sorriu para mim,
Abaixou-se
mais uma vez e me abraçou.
Me apertou
com tanto afago,
Me consolou.
Voltou a pegar a sua taça,
Deu a
volta em minha cama,
Andava
como se estivesse desfilando numa passarela,
Era linda.
Depois
colocou aquele sorriso que só ela tinha,
Disse
adeus com um aceno de cabeça
Me acalmou.
Caminhou
até a porta,
Segurou
na mão de sua filha,
Ouvi
seus passos na escada,
Depois
não escutei mais nada.
E partiu.
Em seguida
dormi em paz,
Pleno,
Sereno.
E sei
que esse sentimento vai perdurar.
Texto: Passos na Escada,
De: Diógenes Ramos.
Dedicado a Cleonice e Mayra